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Conversa de Homens

Existe um novo paradigma de masculinidade. O Homem Deixou de ser um parvalhão, passou a ser uma pessoa!

Existe um novo paradigma de masculinidade. O Homem Deixou de ser um parvalhão, passou a ser uma pessoa!

Viagens em carrinhas sobrelotadas? Só não vê quem prefere ignorar

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É a triste sina. É preciso haver uma desgraça para despertar o interesse da "opinião pública" e dos media. Estamos todos, sem excepção, a contribuir para desfechos como o da passada semana, que vitimou 12 portugueses.

 

Mas o pior de tudo isto, é pensar que o embarque nestes transportes é feito à vista de todos, em locais como a Gare do Oriente, em Lisboa. Mesmo ali, ao lado do AKI, junto ao embarque de passageiros em autocarros legalizados. Pessoas a entrar para carrinhas, com bagagem, alguns sem disfarçar a emoção de quem vai partir para longe da família numa viagem sem a segurança mínima.

 

José Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, compara estas viagens às que são feitas pelos refugiados no Mediterrâneo, não estará longe da verdade, salvaguardando as devidas diferenças, ao pensar no que está na génese do "negócio".

 

A reportagem da TVI, baseada num telefonema para uma destas "empresas" que cobram 180 euros por uma viagem para a Suíça, em carrinhas sobrelotadas, não vai ao fundo da questão, não mostra os locais onde, à vista de todos, estes emigrantes embarcam com destino incerto.

 

Há muito tempo que assisto, sem nada ter feito, a este cenário, nas visitas que faço ao AKI. Questionei-me, sabendo do que se trata, mas estranhei as vezes em que vi a própria polícia ali presente, sem nada fazer.

 A Gare do Oriente, em Lisboa, é um dos locais onde as pessoas embarcam nestas carrinhas.

À partida, pessoas a entrar para uma carrinha, não devem levantar suspeitas, as mesmas que eu tive, ao ver a mesma cena? Vivemos, felizmente, num Estado de Direito, e isso deve ser preservado, mas recuso acreditar que a polícia desconhece aquela situação. A polícia não pode, nem deve, estar a averiguar todas as pessoas que embarcam numa carrinha, mas quando o fazem daquela forma, tão evidente, deviam agir.

 

Numa outra reportagem da TVI, uma declaração de alguém, em Aguiar da Beira, que já viajou numa destas carrinhas. O que evidencia, como testemunha, é que "podem levar mais coisas e que levam as pessoas mesmo até ao local..."

 

O serviço, em si, nada tem de errado. O erro está na sobrelotação, na ausência de paragens para descanso do motorista durante uma viagem tão longa. No relato da senhora que, ao telefone, revela que se encontrarem um restaurante aberto param, mas que o mais certo será parar apenas para abastecer.

 

Em declarações à Lusa, citado pelo Económico, o capitão Ricardo Silva, da GNR, avançou na necessidade de se redobrar a atenção e saber se este tipo de viagens - através de carros particulares sem as devidas condições de lotação - é uma nova realidade que está em desenvolvimento.

"É preciso estudar se o assunto se traduz ou não no nosso país. Saber ao certo o que se passou. Tanto quanto sabemos não há casos destes veículos e viagens no nosso país. Mas é preciso estar atento e também que este caso sirva para alertar as pessoas que queriam fazer alterações à lotação dos veículos - que são muito criteriosas em Portugal e com inspecções extraordinárias", frisou Ricardo Silva.

 

Não precisam de fazer estudos. Não é novo, já se faz há muitos anos, tal como relatam as pessoas entrevistadas em Aguiar da Beira, localidade de origem do condutor de 19 anos da carrinha acidentada. Fica a dica, para a GNR e para José Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, sobre um dos locais de partida destes veículos, que se realizam há anos. Gare do Oriente, ao lado do AKI, onde, reforço, já vi agentes da PSP a assistir ao mesmo que eu. Não se trata de Aguiar da Beira nem nenhuma outra localidade remota, esquecida pela modernidade.

 

Aguardo por uma notícia que dê conta da polícia ter travado algum destes negócios, tal como fazem com pompa e cobertura mediática, quando fiscalizam as feiras. Se o comum dos portugueses consegue saber como comprar uma viagem destas, não terá a polícia acesso à mesma informação?

 

A quem vende estas viagens, aproveito para fazer um apelo: uma vida humana vale mais do que qualquer negócio, vale mesmo a pena o risco de sobrelotar uma carrinha desta forma?

O que sucede quando se faz férias numa autocaravana sem WC?

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Fazer férias numa autocaravana é algo impensável para muita gente. Mas, além dos amantes desta prática, de vez em quando, nem que seja pela experiência, há quem decida arriscar pegar na família e fazer-se à estrada numa destas casas sobre rodas.

 

Mas, para quem pensa que basta alugar uma caravana, enfiar a família, os mantimentos lá dentro, e pegar no volante, saibam que é preciso alguma experiência. De condução, como é óbvio, mas também logística. Desde miúdo, com a formação que tenho de vela, que a expressão "quem vai para o mar, avia-se em terra", faz parte da minha vida. Uma vez ao largo, não há como colmatar, por exemplo, a falta de água potável, um casaco ou roupa quente!

 

Por isso, seria de pensar que alguém que decide arriscar numa viagem deste género, pensa em todos os pormenores. Não é verdade. Este fim de semana, um amigo contou-me uma história de alguém que optou por fazer umas férias deste género mas alugou uma autocaravana sem WC.

 

Tinham de parar em cafés ou outros locais com casas de banho públicas para fazer face às necessidades, principalmenre das crianças. Mas, no meio das histórias caricatas que sucederam, há uma que envolve o adulto da caravana, uma vontade incontrolável de aliviar o intestino, o primeiro WC que lhe surge pela frente e a falta de papel higiénico, no final do serviço.

 

Até aqui, a história avança sem grande animação até ao momento em que se toma contacto com a reação do herói. No meio de tantas opções, todas elas más, opta pela que pior de todas. E aconselho a não ler mais se é facilmente impressionável: depois de olhar em volta, numa casa de banho pública, o caixote repleto de papel usado foi para ele a melhor opção... Sim, pegou em pedacinhos de papel usado para se limpar!

 

Não pensou em usar uma meia ou qualquer outra peça de roupa ou recorrer à lavagem, simplesmente! 

 

Os toalhetes

E quando achamos que a história termina, pelo meio do enjoo provocado só de imaginar a cena macabra, há alguém que relata outro caso. Outro herói, porque quando se entra no discurso das conversas de caca, não há como travar!

 

A situação é idêntica, sem todo o "romantismo" da autocaravana. Apenas uma forte vontade e o azar, ou azelhice, de não confirmar previamente a existência de papel higiénico.

 

A opção, desta vez, recai sobre um pacote de toalhetes húmidos que estava ali. Depois de analisar, nem estavam em mau estado, "se calhar alguém que se esqueceu deles ali", pensou.

 

Não haveria problemas, certo? Excepto porque se tratava de toalhetes para limpeza, com alto teor de lixívia. O herói, desta vez, ao contrário do anterior que, felizmente, não sofreu nenhuma consequência bactereológica ou viral, passou a semana seguinte sem conseguir sequer sentar-se, tal era o nível de inflamação provocada pelos químicos.

 

Para quem costuma praticar campismo selvagem (fora dos parques de campismo), como fiz durante anos, deve ter histórias caricatas para contar. Como alguém que achou boa ideia agachar-se perto de urtigas, não é?

 

Mas, ao contrário das práticas na natureza, tudo o que envolve casas de banho públicas é mais repugnante. Como nos filmes americanos onde os atores representam cenas dignas do rótulo "nojo"!

 

Bem sei que a conversa de hoje é aquilo a que se costuma chamar... Mas, se tem alguma história do género, arrisque, partilhe-a nos comentários! 

Gosta de comboios, embarque na maior viagem do mundo

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Não sei como as coisas se passam hoje em dia mas, quando era miúdo, um dos melhores brinquedos que se podia ter era uma linha de comboio. Não sei explicar bem a razão mas os comboios sempre despertaram um interesse para lá do normal. Não era o único e ainda hoje, em conversa com alguns amigos, se fala dos comboios como um brinquedo de eleição.

 

Aliás, um dos presentes de natal que recordo com mais carinho, uma locomotiva a pilhas que, para deitar fumo, tinha de colocar umas gotas de óleo de cozinha na chaminé. Pelo facto de ser um comboio mas também por ser um presente que sei que a minha mãe me ofereceu com grande esforço.

 

Talvez seja por essa felicidade genuína no rosto da minha mãe, ao ver como o meu rosto de iluminou ao pegar no comboio, que passei a gostar do tema. Podia ter desenvolvido um daqueles sindromes de colecionismo mas, por questões de espaço, e dinheiro, isso nunca sucedeu. Quem sabe, um dia arranjo coragem para construir uma cidade ligada por uma complexa linha férrea?

Não será das viagens mais cómodas, mas certamente uma das mais marcantes na vida de um viajante...

Mas, serve esta conversa para falar de uma viagem de comboio, a maior viagem do mundo, que está a ser preparada por um grupo de viajantes portugueses, inspirados no texto publicado no blogue basementgeographer.com

 

A ideia é fazer a ligação de cerca de 17 mil quilómetros de ferrovia que ligam Portugal ao Vietnam. O plano de viagem, feito como uma viagem deve ser, com aventura Q.B., prevê 15 dias de comboio e ronda os 1400 euros, só em bilhetes.

 

Pessoalmente, gostaria de a fazer, mas este não é o momento. Ficará registada para uma próxima oportunidade, quando a minha filha tiver uma idade mais adequada para a aventura. Adoro viajar, conhcecer gente nova, mas gosto de partilhar as viagens na companhia de quem gosto.

 

De qualquer forma, para quem pode, e gosta das sensações que uma viagem de comboio transmite, esta será uma excelente oportunidade para partilhar a experiência, companhia não irá faltar!

 

Alguém que já tenha feito este percurso e queira partilhar a experiência?

Hoje é o Dia da Mulher. Para mim é todos os dias!

Mónica Silvares

 

Hoje assinala-se o Dia da Mulher. É ótimo que os jornais, as televisões, se lembrem das mulheres neste dia em específico e não faltam reportagens a falar das diferenças, da discriminação do esforço acrescido que as mulheres têm em relação aos homens.

 

Para mim, este tipo de conversas irrita-me um pouco. Não porque acho que Elas não mereçam, mas por haver necessdiade da sua existência. Falo por mim, mas acredito que há uma grande parte de homens que pensam da mesma maneira.

As mulheres são deusas, musas, e quando dizemos isto (que elas tanto apreciam) estamos a colocá-las numa posição de diferença. Elas são tanto deusas, como nós, homens, somos deuses. Vá, há aqueles que elas acham mesmo que o são pelo seu aspecto físico. Mas voltemos à terra.

 

As mulheres, infelizmente, continuam a sofrer com o estigma da sua condição feminina.

 

Os dados não deixam mentir: ganham salários inferiores aos homens, mesmo em cargos idênticos; são discriminadas por causa da condição da maternidade, dos cuidados com os filhos, dos imprevistos das doenças das crianças. Conversas aberrantes como deixar no ar que se uma mulher engravida vai deixar de progredir na carreira.

Felizmente, há casos de sucesso que dão alguma esperança, mas são a excepção, não a regra!

 

Há mulheres que optam por não amamentar (umas por questões estéticas, deixemos isso para outra conversa) outras por causa da carreira. Esta é uma daquelas coisas que só as mães podem fazer. Tal como dar à luz. Ou seja, sem mãe, não há luz!

Mas são estas diferenças que nos fazem a nós, homens e a vocês, mulheres, tão especiais e complementares.

Vá lá, a natureza sabe o que faz. Já imaginaram um homem com mamas? É aterrador, certo? Portanto, vamos assumir que as diferenças são muito bem-vindas.

 

Já o disse aqui, e repito: irrita-me cada vez que oiço alguém dizer que os homens são isto ou aquilo. Esterótipos que também recuso em relação às mulheres. Tem de haver respeito, direito à diferença de cada um.

Faça o teste e veja que tipo de homem é:

 

 

Mas hoje é o Dia da Mulher. Encaro-o como o dia de aniversário. É o dia Delas por excelência, e o Conversa de Homens, como apaixonado e romântico assumido que é (que sou), não podia deixar passar este dia sem fazer referência ao tema.

 

Este é o dia de todas as mulheres, em especial das minhas. Já sei que não vou conseguir programar nada muito elaborado para celebrar, fora de casa, por causa dos horários que Ela tem, mas acho que consigo assinalar o momento com um jantar romântico.

 

Talvez aposte nas espetadas de morangos molhados em chocolate com pimenta rosa e num petisco que envolva um apetitoso molho. Perfeito para acompanhar com o Pedra Cancela que os amigos de Viseu forneceram, a propósito da participação da cidade na Bolsa de Turismo de Lisboa, onde foi apresentado um novo site da autarquia.

 

Seremos todos iguais? Claro que não, igualdade tem por base a diferença e respeito de cada um. Há dias em quem me apetece ficar sentado e deixar a loiça para mais logo? Sim, mas isso é porque quero ficar com ela enroscado no sofá.

Salmão no forno a la Vasconcellos

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 O simbolo da Mastercard, no avental, será pura coincidência...

 

Esta receita é um misto de culinária com indignação jornalística. O dia de ontem ficou marcado pela reação dos jornalistas do Diário Económico, (jornal que está a passar por enormes dificuldades financeiras, estando mesmo com os salários em atraso), às fotografias colocadas no Facebook pelo principal accionista da Ongoing, dona do DE.

Nas fotos, Nuno Vasconcellos, aparece feliz a cozinhar um enorme lombo de salmão com limão. Os jornalistas consideraram esta manifestação pública de felicidade como uma afronta, uma vez que há quem esteja mesmo a passar dificuldades em virtude dos salários em atraso.

 

As reações no Facebook não se fizeram esperar e o comentário feito por um dos jornalista do DE dizia o seguinte:

"Meu caro accionista, dono do grupo Económico, não é por apagares as lindas fotos que tiraste a cozinhar um bom salmão que vais parar a indignação de quem trabalha no económico, curiosamente impresso em cor salmão. As 150 famílias que vivem sem receber há três meses, da ainda tua empresa, continuam a desejar te tantas felicidades como aquela que lhes estas a proporcionar. Cumprimento de todos os leais empregados".

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As fotos, foram, entretanto, apagadas do perfil de Nuno Vasconcellos, o que serviu para agitar um pouco mais as águas:

"Há pessoas que percebem tanto de tecnologia como de gestão. O que vem para a net fica na net. There's no place to hide.

[esta era a legenda do post original: Espero que o manjar dê para alimentar as 150 bocas a quem não paga salários há meses.]"

 

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O tema foi, entretanto, motivo de notícia no Expresso e no Correio da Manhã.

Entre os jornalistas há mesmo quem tenha o espírito de ironizar com o facto do jornal ser impresso na cor salmão.

 

Aproveito para deixar uma receita de salmão, não será exactamente a mesma que Nuno Vasconcellos cozinhou, tentei adivinhar pelas imagens (e inventar um pouco), servirá para um jantar saudável, entre amigos.

 

Ingredientes para 4 pessoas

Jornal Diário Económico (sim, aquele cor de salmão, em papel, que se vende nos quiosques)

Um lombo de salmão 600 gr (ou lombos de salmão congelado, 1 por pessoa, para as carteiras mais modestas)

Sal Q.B.

Pimenta Rosa em grão Q.B.

Pimenta preta Q.B.

1 raminho de rosmaninho 

1 Limão

Azeite Q.B.

 

Para a cama do salmão

6 cenouras médias

2 courgettes médias

1 alho francês

 

Preparação

Tempere o salmão com o sal e um pouco de pimenta preta, os grãos de pimenta rosa e com o sumo do limão. Passe os dedos pelo pau de rosmaninho de forma a libertar as agulhas uniformemente por cima do salmão. Para dar um pouco mais de intensidade ao sabor, raspe um pouco da casca do limão por cima do peixe.

 

Corte o alho francês às rodelas e as cenouras e courgettes (abobrinha, no Brasil) longitudinalmente, mas finas.

Num tabuleiro, distribua os vegetais cortados, tempere com um pouco de azeite e deite o salmão, com a pele voltada para cima. Leve ao forno, pré-aquecido nos 200º e deixe cozinhar durante 30 minutos. O tempo pode variar, dependendo do forno e do tamanho do lombo do salmão. Se utilizar os lombinhos que se compram congelados, por norma, ficam no ponto ao fim de 15 minutos de forno. 

 

Sente-se e leia o jornal enquanto espera que esta delícia fique pronta. Acompanhe este momento e a refeição com vinho branco bem fresco. Já agora, recorde que antigamente o peixe era vendido enroaldo em papel de jornal?

 

A receita, como disse, não será exatamente a mesma de Nuno de Vasconcellos, mas se houver mil a cozinhar esta sugestão, as receitas do Económico podem crescer. Além de se deliciar com o jantar, pode ficar com a satisfação de estar a contribuir para salvar um dos jornais de referência do jornalismo em Portugal.