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Conversa de Homens

Existe um novo paradigma de masculinidade. O Homem Deixou de ser um parvalhão, passou a ser uma pessoa!

Existe um novo paradigma de masculinidade. O Homem Deixou de ser um parvalhão, passou a ser uma pessoa!

Os presentes na última hora

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Chega o Natal, mais depressa do que esperamos, e todos os anos é a mesma coisa: o presente mais especial, ainda está por comprar.


Queremos ter a certeza que compramos o presente certo, sondamos a destinatária, tentamos adiar ao máximo para conseguir reunir toda a informação que nos vai levar... ao desespero.


Tudo isto porque, de repente, me apercebo que o Natal é já este fim de semana e ainda me falta comprar "o presente". Já pensei em tudo, e nada chega, nada é suficientemente bom, das coisas mais simples às mais complexas. Se ela ao menos gostasse de gadgets, talvez um drone?


Tecnologia, gosta apenas daquela que tem utilidade prática (telemóvel, computador) e não está a precisar de renovações. Passamos à roupa, sempre que tentei sondar, não precisa de nada. Talvez um pijama quentinho...

Na maior parte do tempo esquecemos da falta que milhões de pessoas têm, de coisas que damos como adquiridas, como a esperança no dia de amanhã, no que vai acontecer daqui a um minuto, na bomba que pode cair e acabar com tudo em escassos segundos.

Bugigangas, além das dezenas, centenas, que já tem, ainda gosta de fazer as suas próprias criações. Será apenas mais uma. Um anel, uma joia a assinalar mais um ano? Mais uma mala?


Escrevo este texto em desespero. No meio de tudo o que tenho para fazer, este é o único presente que ainda preciso de arranjar. Se me perguntarem uma sugestão para outra pessoa, sou capaz de dar dezenas, mas não para Ela. Tem de ser algo especial. Tão especial que o mais certo é chegar à noite de Natal sem nada para oferecer. Um beijo, e promessa de continuar a dar aquilo que mais ninguém lhe pode dar. Amor incondicional.
Sim, isso é, para mim, o mais importante mas não pensem que vai ficar sem presente. Talvez não seja nenhum dos que imaginam, mas vai ser algo especial.


Esta conversa foi feita em moldes diferentes, mais introspectiva, para perceberem como estou confuso com algo que é, aparentemente, simples e fútil. Olho para tudo o que se passa no mundo, e penso, será que um presente é mais importante que todo o sofrimento que se vê?


Sim, vivemos numa sociedade consumista que tende em esquecer-se das coisas mais básicas. Da falta que milhões de pessoas têm, de coisas que damos como adquiridas, como a esperança no dia de amanhã, no que vai acontecer daqui a um minuto, na bomba que pode cair e acabar com tudo em escassos segundos. Olho para a minha filha e tento, em vão, afastar os pensamentos em que a vejo no lugar das crianças Sírias que se vêm na televisão. Desespero. E penso, há coisas que o dinheiro não pode comprar.


Mas, em situações como a vivida na Síria, tudo tem a ver com dinheiro. Alguns que ganham com o sofrimento de milhares perante o silêncio de todos os que pensam que "aquilo está longe". Não está! E só percebemos isso de cada vez que uma pequena amostra dessa violência nos chega mais perto. Trememos, mas rapidamente passa, seguimos com a nossa vida, continuamos de olhos fechados.


Não, não devemos ceder ao terror. Mas há coisas que são mais importantes do que um simples presente de Natal. Até porque, aquilo que importa no Natal, o tal espírito de que tanto se fala, é algo que deveria viver durante todo o ano. Quem sabe...


Agora, vou continuar a procurar no meio da confusão de pensamentos, (o misto entre a "festa" e alegria que devo proporcionar à minha filha, à minha família, e o desejo de poder fazer algo por tudo o que se passa de errado no mundo), qual o presente especial que vou comprar para a noite de Natal!

 

Boas Festas, acima de tudo, boas Conversas!

 

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